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terça-feira, 29 de junho de 2010


Esse povo foi vendido de novo?
Pretos, fudidos, sem eira nem beira, descamisados, pleiteando o pão do homem ocidental, esse povo animal revirando os lixos, zoomorfizando os incontáveis filhos, outros pretos perdidos.Eles são o istmo entre a Terra e o limbo, reduzindo-se quase sempre aos substantivos abaixo dos níveis instituídos, subsolo dos indignos.Vítimas do colono nefando, caucasiano proclamando a desgraça a que nos remete os olhos, eu vi, eu li neste povo a miséria que se encontra ali.
"Oh senhor Deus do desgraçados, dizei-me vós senhor Deus", é que tenho gritado na voz do poeta morto, cujo maior crime não viu, até com certa graça.
Mas o que espanta agora, se instala no Atlântico Meridional, o mundo devora a bola rolando solta na decadência da África, mãe-miséria do mundo, afasta o que te mata, quem em tanta desgraça te expeliu?A fome e o verme que encerra tantas vidas nesta terra, faz de tudo uma dor sem fundo e do país o cu do mundo.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ele.



O menino dos meus olhos me viu despido no meu mundo.Nu, como jamais estive outra vez, sem meu heterônimo, sem o instinto inabalável de defesa pessoal.Ele entrou impetuosamente nas vielas ocultas do meu ser e me viu, parado ali feito criança boba escondendo dos seus olhos amáveis de bom cavalheiro, as vergonhas que ele tanto adora, que é fruto do teu gozo no choque entre os corpos, absortos na carne, no prazer redundante do sexo e da conveniência sutil de amar e ser amado.Mas ele não riu, me olhou nos olhos e envolto dos seus braços sem fim não restara vergonha a se esvair, foi ali que com a mão sobrevoando meus olhos,inquietos, que ele disse viver pra me amar e ter todo o sempre dos seus dias para mim.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Caravelas



Pus no meu peito o benefício da lembrança
e minha tristeza numa grande caravela
montando aos poucos minha própria equação
sem grandes formas ou formulas perfeitas
Eu quero ter de volta minha esperança
e o riso livre cuja terra engoliu
Rir, mas como criança, sem medo,
sem evitar exagero.
Escorrem as lágrimas sobre o rio seco
caem teus cabelos desta cabeça vazia
ecoando discursos incoerentes enquanto
minha caravela segue em frente.
Ainda assim entendo pouco, pois quando
durmo e me arrancam o sono.

b r i g o d e n o v o
g r i t o
e m a i s u m a v e z o t e m p o p a s s o u


Mais uma vez meu navegar mudou, há toda hora surge um mundo novo?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cazuza, traduzindo-me :

"Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece
É como escrever poemas no papel higiênico
e limpar o cu com os sentimentos mais nobres" .

domingo, 20 de junho de 2010

O Resto do Mundo clama.


Nós comemos hot-dog, adoramos promover um happy hour, perpetuamos o shopping, e não salvamos/resgatamos arquivos, o que fazemos se chama backup, a Praça Castro Alves talvez fosse mais elegante se caso fosse nomeada Praça Adam Smith e quando me refiro a nós, me incluo nessa multidão de gente representando a reação conseqüente das doses homeopáticas advindas das culturas ocidentais, tomando o cotidiano, degenerando maliciosamente os vínculos e símbolos nacionais constituintes da sociedade brasileira.
A língua, mais do que mero código lingüístico, distingue um povo do outro, é modificada à medida que se repete em civilizações diferentes. Se você sair na sua rua, sem precisar estar muito atento, vai conseguir notar a presença de dialetos estrangeiros, comumente aplicados no dia-a-dia, sem contar com as que são incorporadas freqüentemente no diálogo, em alguns casos substituindo o próprio português. Mas isso não é uma audácia, não diante da nossa pré-programação, não diante do discurso de um sonho euro-norte-americano, que nos mostra nos cinemas o quanto o socialismo de Cuba é decante, o quanto a vida de Paris Hilton é perfeita com toda a sua fortuna e padrão de beleza ditado, instaurado e absorvido por todo o resto do mundo com absoluto silêncio, "resto do mundo" se encaixa para os americanos do sul(afinal estamos na América não é?), africanos, que espirram quando a Europa gripa e vomitam nas novas gerações todo padrão cultural imperialista norte americano quando os Estados Unidos da América enjoa.
Mas nós nos unimos para o futebol, viva a copa, rumo ao Hexa!Vamos continuar odiando a Argentina, todos os argentinos.Irmãos de uma colonização de exploração, extrativista, que condenou os nativos e culminou na sua seguinte escravidão, como no fim de suas vidas, num genocídio brutal instituído pelo Ibérico civilizado diante do homem sem alma, sem fé católica, pronto para ser tornado homem de verdade e engrenagem de uma fábrica de dinheiro que possibilitou a ascensão das suas tecnologias e o nosso atraso sócio-econômico, o qual sem dúvida nenhuma deve todas as suas conseqüências a uma série de fatores diretamente ligados a esses parasitas históricos.
O brasileiro e o argentino, assim como outros povos sul-americanos, que não valorizam a sua origem, assim como tratam de julgar os outros ao redor que deveriam constituir associações politico-culturais fortes, ainda que fosse estritamente por conveniência, são os mesmos barrados, humilhados e deportados para seus respectivos países como uma bagagem qualquer no aeroporto de Barcelona ou na terra do Tio Sam, seja furando o bloqueio do Rio Grande ou tentando viver a fantasia sedutora da Disney.

“Think about it, HAHAHA!”

/06/10

Num desses sites de relacionamentos, afirmando quase sempre aquelas mesmas idéias bobas que a gente lê, faz cara feia e não dá ouvidos porque certamente elas se desgastaram no seu uso constante, vi algo solto e até conciso se relacionado ao meu momento, meu chão, hoje.
Lá estava escrito, sem muitos retoques pra ampliar teu brilho : " Cada escolha é uma renuncia".
Sim, eu escolhi ser feliz, quem não escolhe, quem não escolheu, quem não falhou no ofício de materializar a tentativa?E esse não é um modo de dizer que não obtive êxito, mas de expressar com total clareza que o meu caminho, sou eu quem construo, quem tem o poder de tornar possíveis as impossibilidades possibilitando tudo ao meu alcance.
Sem muito dinheiro, sem muita pompa, outrora com os pés fora do chão, tentando agarrar o mundo com minhas mãos.Participando desta brincadeira fútil que é a compactação de todas as fases que inevitavelmente precisamos passar para ter respeito e amor próprio, para dignificar o nosso honrado dinheiro, que tanto lutamos para conquistar.
Talvez o crescimento não se baseie somente nisso, devem haver outras milhares de "todavias" ainda ocultas a minha sabedoria.Ninguém cresce, ninguém vive sozinho, ninguém deve existir por existir ou sem depender da existência fantástica e completiva de um outro alguém.Por mais temível que pareça a penumbra circundando o dia de amanhã, ser alguém não é só o que tenho traçado pra minha vida, se todas as potências tombarem, se tudo der um giro de 360 graus reestabelecendo todo o contexto mundial, eu quero mesmo é ser feliz e mesmo que pareça egoísta olhando deste modo, não é o que importa, a gente gasta tempo demais abrindo mão do direito de viver (de verdade).

sábado, 19 de junho de 2010

Cara_____________________________ lho


A cara que encobre o barraco é cara ao seu modo vazio
encarando o mundo em suas arestas, desdobrando-se em segredos
a cara do mundo é de medo.

- São tantas as suas pulgas reinando absolutas, escancarando desprezo.

Eu vejo e dou de cara (vulgo espanto), mas é novidade?
Na testa da cara do mundo há tempo em tão pouca idade.
Para ver tantas novidades, repetidas em outras caras
Tais histórias reformadas nos periféricos históricos

O que ainda pouco se sabe: “É cara ou coroa?”

A maldosa moeda escolhe quem brinca de majestade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Destilando Meredith Grey


" A mudança é inevitável,

Inovação é tudo. Nada dura por muito tempo,
ou nos adaptamos à mudança, ou ficamos pra trás

.Mudança,

Não gostamos, temos medo dela,
mas não podemos impedí-las.
ou nos adaptamos à mudança, ou ficamos pra trás.

é doloroso o processo de crescer, quem diz que não é, está mentindo.

Mas a verdade é que, algumas vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam iguais. e algumas vezes, a mudança é tuudo " .

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SATC lover (L)


Sexy and The City, visto do universo feminino, sem estigmatizar os homens (inclusive os gays), representa uma válvula de escape para milhares de mulheres ao redor do mundo, tidas como o sexo frágil atrelado a estereótipos tão velhos quanto as técnicas que o homem aprendeu para manusear o fogo.
Kim Cattrall, a fogosa "Samantha Jones", é o retrato do poder feminino essencialmente norte-americano, cidadã do mundo, a prova de que o sexo não morre depois dos 30,40,50 anos de "provável" idade.
Sara Jessica Parker,a nossa "Carrie Bradshaw", é o barroco, o conflito, dilema irremediável ao mesmo passo que é incontestavelmente concisa e articulada, letrada na prolixilidade dos seus discursos, senhora da moda.
Kristin Davis, interpreta Charlotte York, melhor caracterizada se comparada a busca inconseqüente da perfeição na cama, no jogo e principalmente no amor, expressão clara dos ideais românticos propositalmente modificados.
Cynthia Nixon, dá vida à advogada Miranda Hobbes, possivelmente a mais verossimilhante de todas as personagens, oras racional, oras uma mistura confusa dos diálogos intermináveis de Carrie com a utopia escancarada de Charlotte(talvez o paradoxo de muitas mulheres mundo afora), não seria cruel enxergá-la como uma espécie de transição do "antes", para um futuro não muito distante.
O fato é que há uma interseção que não permite falar de qualquer uma delas sem pensar nas outras e não tenho isso como exceção, é a própria regra instituída.
Americanas, nova iorquinas para ser mais exato(sem corresponder a um padrão de beleza imutável a não ser ser pela etnia), unem-se pela amizade e elegância que não deixa a desejar em todas as temporadas passadas.Elas são um espelho, refletindo o sonho americano para adolescentes, donas de casa, universitárias, trabalhadoras dos mais diversos ramos profissionais, para todas as "Amélias" almejando sair um dia no meio da semana com o modelo único de bolsas da D&G debaixo do braço, para tomar um drink com as amigas e gozar dos frutos do livre arbítrio cujo segredos da noite resguarda sem pudor.
Seus episódios são tão curtos quanto divertidos, levando sempre aquela reflexão boba no final de cada um, podendo tomar uma proporção engraçada se a gente perceber que a vida de fato, imita a arte. Ontem estive com meus amigos, grandes admiradores da série, para assistir a segunda longa metragem de SATC.O enredo não é muito extenso, quem não acompanhou a série ou não teve a oportunidade de assistir o primeiro filme, pode não compreender com clareza os detalhes, o sentido das relações criadas ao decorrer das seis temporadas, entretanto muitas gargalhadas são garantidas, assim como o desrespeito escancarado da cultura americana perante os costumes e tradições de outros povos que não se encaixam no seu domínio cultural imperialista, imposto sorrateiramente por eles, neste caso se trata de Abhu dabi, um emirado árabe, mas é melhor não entrar nesse assunto p'ra não render mais 300 linhas.
Ainda que não se trate da melhor série, do melhor filme ou de um trabalho digno de se extrair a melhor atuação cinematográfica, para os bons e velhos admiradores de Sexy And The City, o melhor a ser feito é continuar fechando os episódios nas suas respectivas vidas, como a própria Sarah Jessika Parker aconselhou, com estilo ao mesmo nível de sua grandeza.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Foi melhor matar Romeu !

No final de todas as contas devidamente corrigidas, não existe a reinvenção do príncipe lúdico e encantado no século XXI.Nós é quem estamos constantemente negociando adversidades parar mostrar aos demais que nos cercam, que a superficialidade dos fatos dão um diferencial na nossa realização socio-amorosa.
O outro, sempre constitui àquele que não pode falhar, e o erro, destruidor corrupto das relações, é a bomba catalisadora do confronto entre o " ser amante " e o " ser humano " reduzido miseravelmente a padrões hediondos, tão mesquinhos que o conduzem ao próprio erro.
Às vezes o feitiço envolvido no embaralhamento da realidade nasce da projeção cega de quem ama ( de ambos os lados), criando naquele ser tudo o que um homem ou uma mulher necessesitaria para definir-se com imensa satisfação egocêntrica no seu sonho feliz de amor.
Mas vivendo um dia após o outro, sem pressa como de costume, vou tentando compreender que o "outro" também sou eu, ainda que em minha órbita meus crimes não mereçam muita estima.Entretanto, por melhor que seja seu entendimento universal pós-moderno ou seu príncipe idealizado, sempre haverá um outro pior do que ele, tão estragado quanto, porém nunca melhor ou mais íntegro que você.
Sendo assim, declaro diante da fantasia envolvendo as Alices, os romances e as princesas cinematográficas :

" Ele morreu, mais uma vez matei Romeu! "

domingo, 13 de junho de 2010

" . . . eu só vou gostar de quem gostar de mim "

Eu fiquei ali, escostado na parede
colhendo o resto da videira podre sob o linho do tapete
vendo tuas lágrimas rolarem, como um dia foram minhas
e a raiva afiada como faca decepando acusações mesquinhas
tão claras na evidência do tempo
Eu fiquei ali, mas aos poucos fui acordando
ao passo que você me matava
crescendo no mesmo paradoxo
a tal ponto de S U M I R.

Adeus, meu bem, adeus ?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

' Baianidades ? '

Seu estereótipo de vida mansa foi imerso em chuva, no entanto é pouco seu mérito, pouca sua militância, no meio de tantos buscando abundância você regride sem definir seus eixos.Se perde nos dias de sol, no rebolation, na mais recente festa de camisa...
Você sabe como dói o zunido da fome nos ouvidos, vê teus pais e filhos agonizando num corredor hospitalar e a estranha mendiga na avenida, fétida, pedindo dinheiro ao escocês.
Você viu o que Portugual fez e escreveu em nossa pátria e vê o paulista dar gargalhadas da miséria do povo baiano, rindo do palco instalado no Largo do Pelourinho.Onde são tantas putas cumprindo suas sentenças.

S.O.S Rio, S.O.S Brasil!
S.O.S?Quem viu ?

Quantos foram mutilados enquanto o Leblon brilhava?Quantos filhos paridos nasceram em maior desgraça, no pôr-do-sol da Barra?Quantos são expressos na imprensa em matemática se são tantos os zeros à esquerda?
Os zeros tem cor, ditos zeros negros, ora pobres, ora negros, residentes das margens.
Mas que mal faz?Se o toque dos tambores do Oludum cantam a sua falência progressiva e as baianas tradicionais são encarceradas na própria miséria.
Se o país diz com propriedade que aqui a festa não para, que aqui não se acaba a hora de descansar.Se Eike Batista goza de sua fortuna nas expressões claras de inanição.
Quando você pensar na copa, no proximo carnaval ou num novo angliscismo pra sua margem de erro, descubra a semântica envolvida no "acaso" de ser brasileiro.
Note a constituição híbrida dos três poderes, por teu voto, repare nas pessoas zoomorfizadas transitando na Piedade, não deixe de questionar as baboseiras no telejornal.
Aos pouquinhos a gente vai trascendendo deste longo coma nacional para ver quais são os lobos, pois os cordeiros já não são novidade.