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quinta-feira, 17 de junho de 2010

SATC lover (L)


Sexy and The City, visto do universo feminino, sem estigmatizar os homens (inclusive os gays), representa uma válvula de escape para milhares de mulheres ao redor do mundo, tidas como o sexo frágil atrelado a estereótipos tão velhos quanto as técnicas que o homem aprendeu para manusear o fogo.
Kim Cattrall, a fogosa "Samantha Jones", é o retrato do poder feminino essencialmente norte-americano, cidadã do mundo, a prova de que o sexo não morre depois dos 30,40,50 anos de "provável" idade.
Sara Jessica Parker,a nossa "Carrie Bradshaw", é o barroco, o conflito, dilema irremediável ao mesmo passo que é incontestavelmente concisa e articulada, letrada na prolixilidade dos seus discursos, senhora da moda.
Kristin Davis, interpreta Charlotte York, melhor caracterizada se comparada a busca inconseqüente da perfeição na cama, no jogo e principalmente no amor, expressão clara dos ideais românticos propositalmente modificados.
Cynthia Nixon, dá vida à advogada Miranda Hobbes, possivelmente a mais verossimilhante de todas as personagens, oras racional, oras uma mistura confusa dos diálogos intermináveis de Carrie com a utopia escancarada de Charlotte(talvez o paradoxo de muitas mulheres mundo afora), não seria cruel enxergá-la como uma espécie de transição do "antes", para um futuro não muito distante.
O fato é que há uma interseção que não permite falar de qualquer uma delas sem pensar nas outras e não tenho isso como exceção, é a própria regra instituída.
Americanas, nova iorquinas para ser mais exato(sem corresponder a um padrão de beleza imutável a não ser ser pela etnia), unem-se pela amizade e elegância que não deixa a desejar em todas as temporadas passadas.Elas são um espelho, refletindo o sonho americano para adolescentes, donas de casa, universitárias, trabalhadoras dos mais diversos ramos profissionais, para todas as "Amélias" almejando sair um dia no meio da semana com o modelo único de bolsas da D&G debaixo do braço, para tomar um drink com as amigas e gozar dos frutos do livre arbítrio cujo segredos da noite resguarda sem pudor.
Seus episódios são tão curtos quanto divertidos, levando sempre aquela reflexão boba no final de cada um, podendo tomar uma proporção engraçada se a gente perceber que a vida de fato, imita a arte. Ontem estive com meus amigos, grandes admiradores da série, para assistir a segunda longa metragem de SATC.O enredo não é muito extenso, quem não acompanhou a série ou não teve a oportunidade de assistir o primeiro filme, pode não compreender com clareza os detalhes, o sentido das relações criadas ao decorrer das seis temporadas, entretanto muitas gargalhadas são garantidas, assim como o desrespeito escancarado da cultura americana perante os costumes e tradições de outros povos que não se encaixam no seu domínio cultural imperialista, imposto sorrateiramente por eles, neste caso se trata de Abhu dabi, um emirado árabe, mas é melhor não entrar nesse assunto p'ra não render mais 300 linhas.
Ainda que não se trate da melhor série, do melhor filme ou de um trabalho digno de se extrair a melhor atuação cinematográfica, para os bons e velhos admiradores de Sexy And The City, o melhor a ser feito é continuar fechando os episódios nas suas respectivas vidas, como a própria Sarah Jessika Parker aconselhou, com estilo ao mesmo nível de sua grandeza.

Um comentário:

  1. otimo ensaio!
    embora eu discorde de vc em alguns aspectos, sua capacidade argumentativa é notória, parabens

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/