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quinta-feira, 22 de março de 2012

Eike Batida

Por Marcos Araújo


"O filho mais velho do empresário Eike Batista com a ex-modelo Luma de Oliveira, Thor, 20, atropelou e matou um ciclista na noite de ontem, no Rio de Janeiro"
Provavelmente blindado, onírico feito, Deus dos asfaltos, prece dos pleitos de pobres farrapos, e tudo o que há pela frente ele esmaga ou ultrapassa, contabiliza na carteira micro pontos do dono, nem vistos, malquistos, despercebidos em legítimo descaso. Calvino brindou o trabalho, Batista enriqueceu, Wanderson, joão-ninguém-meeiro-farrapo, até então fora do estrelato das estatísticas decrépitas das covas, malgrado o assassinato, logo paira esquecido no inquérito e a cifra em campo aberto faz o jogo, despoja a rainha, o bispo e o xadrez, apaga do chão o sangue d’outro pobre aThormentado, e refresca em tom manso e malsinado que nada passa de acidente; no entanto, nos dias correntes tudo se projeta à frente da Justiça que opera ao contrário. AThorpelados que somos, atarantados, perplexos de tanto andar em sentido anti-horário, amando a estética do etéreo e escarnecendo em descrédito o mal encontradiço que habita, nos fita, e transforma todo momento em temerário. Mil pés te afastem do acostamento, das margens que faz o marginal, da Thorpeza que aprodrece o poente a findar mais um dia de trabalho e a felicidade que se espera no final. 

Leia mais sobre o caso: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1063633-familia-de-rapaz-atropelado-diz-que-vai-processar-thor-batista.shtml

quinta-feira, 1 de março de 2012

4ºPODER

 Por Marcos Araújo

A voz do Judiciário tem sido o sussurro do facínora amorfo escondido por trás das câmeras e das edições dos jornais que nos acompanham no limiar do dia, nas rádios, nas redes sociais, na televisão, etc., de um modo tão intrusivo que o imaginário psicológico da maioria se vê cambaleante ao sustentar conceitos errôneos de justiça, princípios e bons costumes, terminando por primar pela barbárie, por um Estado eminentemente vingativo, nos mesmos termos propostos por Kant e Hegel outrora, nos moldes da Lex Talionis

No caso Lindemberg, por exemplo, não o qualificaria vítima, entrementes, produto da associação da institucionalidade do Tribunal do Júri, imanente do texto Constitucional, com “C” maiúsculo, com os auspícios sanguinários da opinião pública e da evidente contaminação do Poder Judiciário por um poder paralelo, este com “P” minúsculo, aos meus olhos, estranho ao nosso Estado Democrático de Direito da forma que atuou/vem atuando - o quarto poder.

Na Bahia o Projeto de Lei sutilmente nomeado como “Anti Baixaria”, já aprovado e vastamente noticiado, proposto pela Deputada Estadual Luíza Maia (PT), dispõe que não mais se utilizará recursos públicos para efetuar contratações de bandas cujas músicas conspurquem a imagem e essência feminina.  Aqui, retorna-se para a mesma problemática sob outro enfoque.

Certamente o termo “ressocialização” diante do sistema penitenciário brasileiro represente absurdo sob a perspectiva individual de cada cidadão, remontaria situação análoga com a lei. Será que devemos educar a sociedade para que possa julgar o que ouvir, como se comportar, como interpretar as informações que até ela chegam, ou seja, torna-la pensante? Ou devemos outorgar-lhe o papel de mero receptor, aquele que permanece investido em políticas que tendem a tratar nossas mazelas como árvores, quebrando-lhe os galhos e mantendo as raízes no mesmo lugar. Inútil, cabeças racionalizadas entregues ao efeito rebanho.

A celeuma não habita no Big Brother, na duvidosa credibilidade (?) da Revista Veja, no sucesso de verão de Michel Teló, nas desditas levianas da mídia acerca de tudo e de todos, tal como suas perigosas sentenças que fazem o princípio da presunção de inocência mais inócuo do que nossa covardia política; sobretudo, o grande descalabro é o despreparo de boa parte dos cidadãos de captar, pensar e julgar toda situação como um Universo em particular.

A desconstrução do poderio midiático se perfaz de dentro pra fora de cada indivíduo. Que o Judiciário cumpra com seu papel jurisdicional de acordo com os princípios que o equilibram, que nós saibamos compreender e entender que Democracia também se constrói em casa, valorando o que é frutífero, e percebendo o que não o é, no mínimo, com a destreza de um homem médio, para que amanhã ou depois nossas filhas não precisem de um ou outro projeto de lei para que não se identifiquem com cachorras, gatinhas, ou quaisquer qualidades que façam delas o lixo com o qual muitas mulheres hoje aprenderam a se identificar.Só funciona na TV.