Eu vou embora cedo e não voltarei ao ponto de partida, não aprendi a reverter
os ponteiros nem desvendar o fronteiriço terreno da verdade, minha sina
e o meu compromisso é com que ainda não nasceu, com a música ainda
decomposta, com o mundo que não vi porque só existe nessa sombra
vaga que é o Amanhã, assim mesmo, feito substantivo próprio. Não volto e
nem hei de voltar porquanto os passos que se encerram ao meu redor não
me acompanham, a maioria sequer me apetece; portanto tornar-me-ei
espécie distinta por aí, me hostiliza e avilta essa hora vaga que vivo e
não me permite aprender uma infinidade do tudo que ainda não senti.
Transcrevo então o poeta cuja palavra se fez eterna:
" - Meu tempo é quando ".
Por Marcos Araújo