Seguidores

quarta-feira, 2 de março de 2011

A casa de orates é aqui.

Eu perdi minha poesia. Perdi a rima dentro de mim que faz de um inteiro deste mundo, a única parte movente sobre este pedaço de terra que a gente transita. Eu perco o emprego cujo labor não executei. Perdi meus segredos, meus versos, minhas prosas. Não tenho medo, é caro demais. Em mim não há uma escola de sonhos abertas pra visitação. Tudo se fechou num verso hermético de paz sem harmonia, de felicidade por puro e pleno desespero. Não há família; contudo, extensões emocionais que erigem toda égide a me afastar da dor – a dor sim é barata. Não devo perder a rebeldia: meu grito de misericórdia, pois, é da minha voz que emana toda luz liberta. Eu quero perder os nós e, não há hora certa, não há hora correta para ser feliz enfim. Se o Senhor tempo é tão sagaz, se célere tudo em si mesmo o faz, observá-lo de longe não me interessa. Infeliz, perca-se do meu caminho, encontre a infelicidade sozinha, já que esta alimenta o teu brio, já que trocastes a tristeza pela paz. Eivar os meus prazeres por teu imperioso parecer, só vem a tornar o teu ser amargo. Imperfeita demais. 

Um comentário:

  1. Perder-se de tudo e que esse tudo se afaste - o vácuo fica tão próximo que assusta. Aceitamos conformados tal vácuo... ou não, ou nos rebelamos e buscamos de volta a ponta do cordão que quase escapou de nossos dedos, e na outra ponta existe a poesia que fugiu.

    ResponderExcluir

Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/