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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Deôntico


Certa vez estive aqui, frente a essa mesma tela pálida e apática me observando de perto, rindo. Eu ria e conversava com algo que há lá no fundo de todos nós e que cada um pode ouvir do alto de uma ingenuidade infausta. Foi então que me convenci de tudo, acerca do mundo, das coisas, das pessoas, dos amores, enfim. Eliminei tudo. Sabe? Era como arrolar numa folha de papel tudo o que não é cognoscível; e, escarnecer dos herméticos, dos sentimentalóides de plantão que oras sujam meus olhos ao ler as redes sociais e, não obstante, oras sou eu. Ontem me disseram que “é assim mesmo” e ouvi outras coisas no caminho para casa que nada me agradaram. Palavras comezinhas são quase adágios soando como piada nesse tímpano já calejado de tantas charadas vãs. Se você não sabe o que é malabarismo, tente distrair-se por completo e não perder o foco, o brilho, a amplitude intrínseca e única do ser, venha brincar.  Pois que tenho bambeado por aí, cada vez mais, cada vez menos, cada vez quando, mas sem encanto quixotesco além do sonho – esse eu não perdi. Mas não vou me dedurar sem mais rodeios, não vou buscar uma cara nova nos versos preclaros de Pessoa, nem devo me esconder na cumplicidade anônima entre o que há em mim e a voz estridente de Bethânia

Tudo é "dever ser" tudo. 
D
E
Ô
T
I
C
O
.

Por Marcos Araújo

Um comentário:

Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/