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sábado, 7 de maio de 2011

As horinhas de descuido.

Liberdade. Eis uma palavra que por si só conduz o homem a imaginar-se como sendo alheio a tudo que sua vontade não contempla. Contudo, esse tipo de liberdade é questionável. Ser livre perpassa os limites do ser, ou seja, as linhas limítrofes da ontologia; pois, antes do ser que pressupõe a parte existe uma denominada coletividade construída na medida das necessidades de outros indivíduos e, para adaptá-los a tudo que lhe é inerente. Forçoso não olvidar que há tempos considera-se a raça humana como apta a socializar em prol de interesses mútuos e difusos, não obsta; que, ainda que seja assim, a liberdade que pertence a um indivíduo só pode manifestar-se gloriosa comedidamente, sem lesar a liberdade de outrem ou afigurar-se tão somente num egocentrismo justificado pela ambição. Surge, por oportuno, o cediço brocardo popular: a liberdade de alguém cessa quando a de outrem começa.

No amor não é diferente, todo e qualquer amante antes de tudo necessita, precisa, deve ser livre. Todo amigo, antes do sentimento fraterno celebrado, enquanto ser humano, também é livre. Existe uma disposição natural no Universo operando nesse sentido, não é uma máxima quixotesca ou intangível por demais, todavia, o ser humano vive em constante conflito consigo e com a parcela de indivíduos que com ele interage. É um meio instrumentalizado pela natureza para celebrar o entendimento entre os homens como fruto da vontade destes, ou seja, da própria liberdade de escolher entre o que ele quer ou não. Não é diferente quando cabe a ele decidir até que ponto pode-se negar que é chegada a hora de lidar com mudanças adversas que ferem o ciclo ordinário de sua vida, desde os seus costumes mais particulares a relações externas de toda nuance de significância.

A felicidade plena é a realização da liberdade. O indivíduo que proporciona a si mesmo um juízo de valor equilibrado a ponto de compreender; que, é alienante considerar-se livre em si mesmo apenas pelo fenômeno da existência, de certo tende a alcançar o cume da experiência humana à medida que amadurece. A liberdade sob este prisma afigura-se destacada parcialmente de quem a domina: doar-se, amar, exercitar o altruísmo, são modos de espargir a liberdade além do ser. Invocando e corroborando o saber sartriano: o homem está condenado a ser livre.  Um adendo, melhor condenação não há do que saber amar a si, a outrem, estar só quando preciso for, saber ouvir na mesma proporção do discurso, estabelecer, ceder, demonstrar, agir, omitir, enfim: saber escolher no cárcere da liberdade o melhor lugar no banho de sol. Quem é livre traz consigo a luz e, quem reflete nas luzes é feliz. 

Por Marcos Araújo

11 comentários:

  1. Parece-me que nossas conversas hoje serviram para alguma coisa, apesar de nós estarmos em lados opostos, em alguns sentidos, de pensamento, eu realmente achei seu texto fantástico, mas rezo para um dia ler algo escrito por você sobre a necessidade da falta de liberdade ou a tentativa. E quanto isso pode ser importante.

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  2. Quer ser livre? Seja feliz, seja puro, sem sentimentos preconceituosos, sem maldade dentro de sí, liberdade espiritual é o que todos procuramos.

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  3. liberdade esta dentro de cada um, se vc quer fazer algo por exemplo, cabe a voce, soh a voce, decidir se vai ou ñ, nos somos livres, mais temos que ser consientes..
    http://iliketeenworld.blogspot.com/

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  4. Cara, mó legal seu blog e seus textos. Só axo q deveria maneirar no vocabulário culto, nem todo mundo que lê aqui pode saber o significado de algumas palavras ae do texto. Eu, como escritor, entendi tudo, mas temos que pensar nos outros, não? Parabens pelo belissimo blog :)

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  5. Concordo plenamente quando diz "A felicidade plena é a realização da liberdade."
    curti bastante o texto

    http://sindvagal.blogspot.com/

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  6. Muito boa essa postagen concordo ai cara parabens pelo blog

    comenta e segue o meu:

    http://wwwgamesedownloads.blogspot.com/

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  7. Fazer o que quisermos, quando quisermos, doa a quem doer, não quer dizer que estamos sendo livres. A liberdade não quer dizer não ter consciência dos outros. Acredito que a liberdade esteja nas pequenas coisas, em pequenos detalhes, como decidimos ver e viver o nosso dia a dia, tentar sempre encontrar certa paz e beleza. Ser livre para estar só, saber ser livre acompanhado, se aceitar fora dos conformes ditados pela sociedade quanto a beleza e a modos superficiais de vida. Ser livre é ser feliz e ver de sua forma, a um modo próprio e único, as diversidades da vida. E nunca se esquecer da presença e importância do outro.

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  8. Boa... texto no ponto!
    A liberdade instinga o artista que há em nós, apura nosso olhar para a verdade alheia, nos torna mais aberto ao mundo e menos expostos às armadilhas dos sentimentos e das fraquezas humanas. Tenho um poema que fala sobre isso no meu blog, vou deixar o link dele aí embaixo.

    Liberdade é a única coisa da qual dependo para me sentir bem. Liberdade conceitual mesmo, não só espacial. Preciso estar livre em todos os sentidos para realmente sentir a vida.

    Vou nessa,
    Abraços!!!

    http://redutonegativo.blogspot.com/2011/04/libertos.html

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  9. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  10. liberdade fazemos o q queremos.

    legal esse post

    comenta e segue o meu la:

    http://wwwgamesedownloads.blogspot.com

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  11. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/