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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Enquanto ele dorme.



Ele é que vocifera. Fala por mim. Toma meu corpo e rompe o véu dos meus olhos para tudo que não quero ouvir, encerra em meus lábios tudo o que não devo ver e, meus ouvidos sentem o dissabor dessa balbúrdia. Ele canta, saltita, imita tal e qual figura de mim como jamais reconheceria, ele encanta e embebe-se em mais doses pequeninas do que não me é igual. Não sou eu, ele é quem dita o que é, o que seria, ele é quem escolhe os deleites de encontradiças figuras em noites, em dias e nas formas que molda com seus próprios vícios. Algo em mim engendra à guisa dos ditames dele, totalitariamente em per si, não pelo desejo que sequer me cerca. Trocando em miúdos: ele é desigual, tão desproporcional na medida de sua estupidez lasciva que sequer compreendo. Sequer entendo como tamanha lucidez possa abrigar alguém assim.


-Permaneçam em silêncio,  deixem-no dormir.

Por Marcos Araújo 

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Texto muito bem escrito! E imagem muito bem escolhida tb. Parabéns!

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  3. Muito bom adorei, ótimo texto, já vi que sabe lhe dar bem com as palavras...Parabéns!!

    Retribui se possível!!

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  4. Deixem-me dormir. [2] Parabéns pelo Post. Divinamente escrito. ^^

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/