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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

LOVELIEBE爱AMOUR


Ontem, durante um diálogo na aula de filosofia, enquanto imergia num labirinto de informações, envolvido pela luz da história, do conhecimento, fui pego de supetão por uma pergunta do professor:
-Marcos, o que é amor?
Fez-se um burburinho, provavelmente carregando o mesmo espanto com o qual eu aceitava essa pergunta, vi a expectativa emanar dos olhos de cada um, de repente toda sala se inclinava para observar, ouvir o que sairia daquela circunstância. Mas eu me abandonei, saí de mim, um turbilhão de pensamentos colidiam com um nervosismo repentino, onde estariam minhas palavras quando precisava fazer o que Camões tentou com o neoplatonismo?Iria eu definir o sentimento que Caetano reinventou tantas vezes nos seus neologismos? Como explicar uma “coisa” sempre encontrada pela metade na música, literatura, cinema etc. Acabou-se a expectativa junto ao horário da aula, o assunto morreu; a pergunta não foi respondida e minha cabeça ficou confusa, como não saber o que é o amor?O que é ser amado?Quem o inventou?Quem perquiriu sua fórmula mais perfeita?Há fórmulas?
Aquilo perturbou a fluidez do meu pensamento, mas a gente entende pouco das entrelinhas da vida, enquanto sabemos resolver com vigor uma equação do segundo grau, sem esquecer nenhuma de incógnita, existe um embaraço total se for para concatenar valores “abstratos” e, por favor; não me interpretem erroneamente, pobres miseráveis seriam os homens sem eles.


Eis que cheguei a um acordo comigo mesmo, selei um tratado de paz para com minha consciência e se quer saber (ou não), amigo leitor: não se pode definir o amor. O que justifica a ponte idônea que une a mãe ao filho, atribuindo-lhe total devoção, zelo e se necessário a resignação da própria dignidade, do sopro da vida se dela depender a sua felicidade?Quem soube escrever sem deixar escapar um detalhe sequer quanto ao amor dos irmãos? Quem musicou o frenesi apaixonado dos namorados?O que havia num olhar de compaixão capaz de resgatar uma vida miserável?Como a poesia brincou com os sonetos para alardear a face mais palpável dos amados?
Como a brisa marítima a tocar nossa pele, nunca podendo abraçá-la, é amar para nós. Tudo que fazemos é sentir e cultivar, nesse aspecto somos operários e a construção a ser erguida nem sempre depende do livre arbítrio. Afetividade é o que nos une, não pense que a necessidade de estar junto, vivendo em sociedades por distintas que elas sejam, emane apenas das múltiplas conveniências, sobretudo queremos permanecer unidos.
Nenhum homem poderia completar sua passagem neste mundo sem nunca amar e ter sido amado por alguém, é uma regra geral. O amor também é negação oportuna, é o clichê do pôr do sol com seu melhor amigo, é doação; por conseguinte, doar ou doar-se codifica um ato de amor puro. “Amando”, “amar”, “amor”, para cada uma de suas classes gramaticais, encontro-as em minha vida e pode parecer bobagem, mas você já descobriu o quanto é bom saber amar?


7 comentários:

  1. Muito lindo texto Marcos! respondendo a sua pergunta, eu descobri sim o bom de amar, e só amar sem nda em troca, compreendendo até o não poder amar a pessoa, mas eu amei ama-lo...sucesso, ah e ñ poderia deixar de dizer-vc é muito gato viu nego,vlw pela visita lá conterrâneo...bjos

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  2. Realmente... não se pode definir o amor.
    Talvez a poética às vezes o faça... mas com certeza não o consegue por completo.
    O Amor, no mundo das ideias de Platão, é a maior das ideias e sua sombra, sua projeção na realidade é a mais desforme... podemos apenas nos contentar com isso

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  3. Legall seu blog.
    o amor é muito complexo, o ideal é apenas sentir e não entender.

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  4. "The greatest thing you'll ever learn is just to love and be loved in return."

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  5. Eu ainda não amei a não ser meus pais!!
    Bom texto e bom blog!!

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/