Eram dois pequeninos, meninos de rua não têm sexo, eram apenas duas tristes existências acolhidas pela sujeira e pelo sol. Seus cabelos crespos enfeiurava mais ainda aquele corpo, leia-se amontoado de ossos, um ainda com um breve sorriso na face ceifava os limites do absurdo e nas costas do irmão se equilibrava para malabarizar a fome. Eu vi aqueles garotos, que não se prendiam a um seio maternal no meio fio, não estavam dividindo os espaços sociais, ambos no meio da rua. Larga rua do mundo inteiro, sem beco, sem teto, sem quarteirão, o espaço não possui a outrem, mas ao vazio de sua habitação nômade, ao acaso da vida ou do crack que lhe concedeu a miséria de estar vivo.
Vendo aqueles meninos fiz crescer em mim um homem grandioso, e se minha mãe, meu pai, ou meus irmãos me permitiram chegar até aqui, no limite mais palpável do meu conforto é pra que eu possa crescer num mundo que deve, entretanto, crescer comigo. No meio dos carros e do desprezo, enxerguei a razão do tiro ao alvo constante das balas perdidas, como nunca havia antes, minhas lágrimas despencaram em pensamentos do mais absoluto horror, ali era gente da nossa gente, e se eu estava a ir pra para casa, para onde eles iriam depois de outra cruel humilhação?
Gostei do texto, e devo dizer que escolheu bem a música, adoroo essa canção.
ResponderExcluir;D
Não ouvi a música, pq meu computador não segura a onda...
ResponderExcluirPoucas coisas me deixam mais puto (e esse é o verbo) do que aqueles que abandonam suas responsabilidades, se são pais então ...
gostei do texto e da musica...combinou
ResponderExcluirparabens
bela combinação do texto com a música
ResponderExcluirparabéns!
e obrigado pela visita a meu blog, volte sempre
http://alem-da-pele.blogspot.com/
Nossa muitoo Bom o texto
ResponderExcluir- profundo
Gostei da música que escolheu..
parabéns
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluircaramba ...
ResponderExcluirTemos tantos lados e tantas opções que, não é raro escolher só as que nos favorecem.
Fechar os olhos, emudecer, fazer-se surdo... é calar-se bem mais vantajoso do que extender a mão e ajudar [em todas as suas variedades].
O nosso comportamento vem se moldado com o que vemos, e nós deixamos ser noticiados.
Sim, ou melhor, não! Não é a queda de um avião a notícia, somos nós, que pouco ligamos para ela. Compartilhamos um sofrimendo distante por algums minutos e nos esquecemos do que está por perto. Logo ali na esquina.
Essa é a notícia, não ver o que está logo a frente e fazer questão de não entender.
Já os malabares não são humilhantes, é a demonstração de que ele tem habilidade. Afinal, está vivo e estar é a sua maior habilidade.
Nossa! Que triste!
ResponderExcluirRealmente muito triste encarar a realidade e na maioria das vezes nos sentirmos de mãos atadas, sem saber o que fazer, sem ter o que fazer na verdade.
Devemos agradecer o que temos todos os dias, que é muito perto de outros, que não tem nem onde dormir.