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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Fenótipos não excluem direitos

Hodiernamente a correlação entre igualdade racial e direitos humanos no Brasil corresponde a uma problemática engendrada principalmente pela formação do seu processo histórico. O genocídio de tribos indígenas e o tráfico de escravos africanos elencam episódios hediondos que deixaram os vestígios da discriminação racial na sociedade brasileira.

A colonização do Brasil foi marcada pela escravidão de negros e indígenas pelos portugueses. Dentre as razões atinentes a uma mentalidade essencialmente mercantilista havia idéias que qualificavam o escravo como mercadoria, mitigando valores de igualdade e dignidade postulados na Declaração Universal de Direitos Humanos. O horror da escravidão imputava um regime sub-humano para negros e índios, seus costumes e usos foram sumariamente alvejados, as condições de saúde, acomodação e sustento eram insuficientes, sofriam abuso sexual e a exploração predatória de mão de obra justificava a redução dos seus curtos períodos de vida. Sendo assim, mesmo após a vigência da Lei Áurea, a mácula da escravidão pairou absoluta no contexto social do país.

Com o Estatuto da Igualdade Racial o Brasil possui um instrumento fundamental a exaltar o valor humano observado sob um prisma isonômico, purgando-se de qualquer tipo de maniqueísmo e provocando um movimento de cisão com o Darwnismo Social; que, por sua vez, tende a estabelecer relações polarizadas entre os homens, basilada erroneamente em fenótipos. Faz-se mister a consolidação prática e efetiva das medidas previstas no seu texto, a modificação de parâmetros sociais relativos às questões raciais depende de sua correta compreensão de todo povo brasileiro. Destarte, a dissolução do pensamento racista, dos crimes de ódio que ele gera e das demais mazelas, solicita a participação das políticas públicas, por intermédio desta far-se-á o movimento de convergência para a igualdade racial.


 CLIQUE AQUI PARA CONHECER O ESTATUTO DE IGUALDADE RACIAL  ←



Em suma, a discriminação racial no Brasil não deve ser perpetuada em razão do seu processo histórico; pois, através da educação e das ações afirmativas celebradas pelo Estado é possível erigir dias melhores. Todo homem tem um valor inerente, merece respeito e segundo Carlos Drummond de Andrade: “é um estranho ímpar”. 


Por Marcos  Araújo 

4 comentários:

  1. muito bom texto, belo vocabulário, parabéns!

    No meu blog, Cuidado, Moçada! É à Hora do Terror... Uhuhuuuu... http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com/2011/02/cuidado-mocada-e-hora-do-terror.html

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  2. Texto ótimo.
    Já está mais do que na hora de acabarmos com esse preconceito bobo,não?
    Pra falar a verdade, ele nunca deveria ter começado.

    Assunto delicado, mas preciso.
    Parabéns e obrigada pelo comentário.
    Estou seguindo, caso lhe convir, me siga também.

    Até a próxima!

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  3. Eu ainda não me conformo de ainda termos que falar sobre preconceito.. Não somente de cor..mas de todos os preconceitos existentes.. E eles são tantos..

    A propósito, eu já disse que você escreve bem? Acho que sim. =P

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  4. Espero que um dia essa igualdade racial saia do papel, cansada de só ouvir falar e nas atitudes ver o oposto...
    E incrível que no Bahia onde maior parte da população é negra/afrodescendente ainda haja tanto preconceito!

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/