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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A madrugada faz.


Não há nada que eu sinta que não possa ser alvejado, destruído, reduzido ao pó de sintagmas sem sentido. Essa é a força que as palavras têm. Essa é a força com a qual me lavo e purgo, rasgando a pele e escorrendo lágrima nenhuma, derramando meu sangue sobre planos pequeninos desenhados num caderno estudantil. Existe um inverno longo e violento dentro de mim. É o que é obscuro, obsceno, é o que escandaliza tudo o que me é estranho. A vida esteve por aqui sem me ver; e, não tendo visto, o que corresponde a mim: coisa alguma, coisa nenhuma somando mais um dissabor degustado nas aparências do meu ser quase perecido, quase parecido com alguém.







Por Marcos Araújo.

8 comentários:

  1. Nooossa amei ameei xD
    parece meeio dark e poor isso qe amei amei \o/
    de parabens xD


    http://ingridcristinamj.blogspot.com/

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  2. Pesado, duro e profundo! Ao mesmo tempo magistral.
    Tu escreves bem demais. É como se quisesses gritar e o grito saíssem em forma de uma quase poesia.

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  3. Sentimos escuros e profundos. A poesia é tão bela. Você sabe escrever ela *-*

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  4. Influências ultraromânticas nesse texto? Ficou show de bola...

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  5. Devo acrescentar também que gostei muito da imagem no topo da página

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  6. É exatamente assim que me sinto na maior parte do tempo; às vezes só me ajudo transportando tudo para uma folha de um caderno velho. Sinto-me em um longo inverno, também, como se a vida se esquece de mim diariamente - e as palavras têm sido o meu refúgio.

    Identifiquei-me com esse texto da mesma forma com que me identifico com algumas poesias do Álvaro de Campos (heterônimo de F. Pessoa)

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  7. Sempre que venho aqui fico impressionada ao ver o modo que você escreve.
    É tudo perfeito!

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  8. Parabéns, tu escreve muito bem e gostei do texto.

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/