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domingo, 7 de novembro de 2010

"Brasil, mostra a tua cara!"

Meu amigo blogueiro Elenilson Nascimento tem razão, o Brasil é, com efeito, o país da piada pronta.Diria mais, a piada é insossa, ninguém ri no final e sempre flutua um silêncio constrangedor, todos ficam quietos, já derrotados, desfalecidos por uma cultura que transpira heranças culturais de uma colonização predatória.O brasileiro é um ser humano hospitaleiro, não o compararia com o resto do mundo, pois, às vezes creio que o resto do mundo somos nós, desconfio que o mundo corresponda a outra sociedade, outra organização ainda que chauvinista, etnocêntrica, pode ser algum aglomerado de gente alheio no mapa mundial que reconhece como legítimo àquele espaço delimitado pela geografia, mais do que isso, eles transformam esse limite na barreira que existe na cabeça de todo cidadão corrompido pelo domínio dos senhores do imperialismo e da indústria que jamais dorme.Enfim, Monroe diminuiria o discurso e diria apenas : “A América para os americanos”.

No último domingo, dia 07 de outubro, o centro cultural da Lapa,no Rio de Janeiro, recebeu o elenco da saga vampiresca de Sthepenie Meyer, cujo primeiro filme, Crepúsculo, estreou em segundo lugar nas bilheterias brasileiras em 2008. Não havia problema até então, até o momento que os moradores e comerciantes da região viram-se impedidos de circular para suas residências e ou estabelecimentos comerciais sem a apresentação de um comprovante de residência, o povo brasileiro não tem direito a uma escola pública de qualidade, a saúde, a condições de moradia adequadas, a segurança pública e mais recentemente vem perdendo o direito de ir e vir.



"Pago IPTU caríssimo, tenho direito de ir para a minha casa quando eu quiser!", protestou um morador.


Revoltados, os moradores queimaram banheiros químicos e instalou-se a balbúrdia, eles não são bárbaros, não são criminosos, não invadiram o território pertencente a outrem e nem entraram ilegais nos EUA pelo Rio Bravo, são pessoas de carne e osso, com contas para pagar, filhos em casa, problemas com a hipoteca, crises familiares, enfim, pessoas cujo sangue tem sido sugado paulatinamente em cada um desses escândalos em que o direito público confunde-se com o privado, nessa mistura heterogênea que é a receita mais rápida e prática da injustiça.
Certamente muitos fãs e simpatizantes da saga não enxergam a gravidade da situação, como perder tempo pensando na falta de respeito para com o nosso povo se podemos fritar no sol, pelas redondezas do set privado em plena via pública, na esperança de pegar o melhor clique de Robert Pattison?Não aconselharia nenhum cineasta brasileiro a enveredar-se nesse caminho, no dia que um brasileiro pensasse, observe, apenas pensasse em fechar um beco esquálido do Broklyn para gravar um curta metragem, era a hora de nos armar até os dentes, com nosso nacionalismo de copa e com o santinho da eleição passada no bolso e correr para Terceira Guerra Mundial.

Figurantes ganham R$ 70
Tapumes de ferro bloqueiam a rua Mem de Sá, impedindo o acesso de pessoas que não integram a produção do filme. Todos os figurantes que irão trabalhar assinaram um termo de responsabilidade, dando a certeza que não vão divulgar imagens do longa. Os que vão aparecer caminhando como pedestres comuns foram contratados por R$ 70. Os veículos de  figuração além de receberem R$ 100, ganharam uma placa especial de identificação. 
Fonte: www.paineldenoticias.com.br


Não é a primeira e infelizmente não será a última que um estrangeiro mostra ter mais poder de fogo em nossa terra do que nós mesmos,brasileiros de araque, o pior é perceber que enquanto há dez pessoas transbordando subversão, há mil por trás dela desligado de qualquer fonte de respeito próprio e coletivo, com os olhos voltados para o sonho americano e padrão europeu de que não fazem parte, nem da pele clara, nem dos cabelos lisos e muito menos do estilo vida, adotado como referência tão facilmente que a imposição cultural fez-se desnecessária com o tempo, tudo se tornou mecânico, ninguém tem cabelo crespo, ninguém é preto, o som de Chico Buarque é um lixo e assim o buraco aprofunda-se em zilhões de quilômetros abaixo, com “Z”, de BraZil.


"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem obrigado", diz Sylvester Stallone, no painel de divulgação de seu filme Os Mercenários, durante a Comic-Con 2010.

Se quiser mesmo saber o que penso, talvez seja melhor para de ler neste parágrafo e procurar outra distração. Monroe tem razão, a América é deles, o argentino, o peruano, o chileno, o paraguaio, o uruguaio, o brasileiro e os outros podem se considerar o apêndice do continente, “o adjetivo esdrúxulo com U, é o que diria Caetano. Falando em nome do brasileiro, este povo resignado e sem muita vergonha no lombo para uso próprio; contudo, passível de comercialização, digo que dificilmente nossa sociedade saberá driblar esse péssimo hábito de prezar por tudo que esse país importa e desprezar a importância do que nós produzimos, do que nos pertence e do que nos é furtado, antes todo Estado vem a unidade e a unidade representa cada um de nós.

3 comentários:

  1. Afê! Nós, brasileiros, somos idiotas. Isso sim! Um exemplo bom para sua postagem é muitos verem alguns políticos não fazerem nada e estar ganhando sobre nossas custas e não fazer nada... Mas vai um timinho de merda perder um jogo de futebol, aaaah, o mundo acabou ¬¬

    []'s
    wwww.blog.avoado.com

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  2. Concordo. É tudo uma questão de sabermos nos colocar no lugar certo da prateleira(sociedade). No Brasil quem manda é o capital...

    Abraço

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  3. O valor que damos ao Brasil é mínimo (sem generalizar). Tudo que vem de fora é melhor, vale mais. Nos tratamos feito lixo, por isso que estrangeiros também nos tratam assim - e ainda reclamamos, como se não exergássemos que o despejo de resíduos vem daqui de dentro mesmo. Os políticos veem apenas a evolução de sua classe, e a classe de políticos vê apenas o que gira em torno de seus interesses - "Aqueles miseráveis que se ferrem, mas se ferrem sem atrapalhar nossos negócios capitalistas". E o povo resolve, finalmente, se revoltar, fazer algo - mesmo que de modo errado - por si, e, então, são julgados vadios-vagabundos-delinquentes-anarquistas-da-pior-espécie e merecem ser presos. Os nossos direitos vão para onde? Se aqui só tem espaço para norte-americanos ou europeus, será que podemos achar algo nosso no norte da América ou na Europa? Não, porque lá eles não valorizam os estrangeiros!

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Se não leu, não comenta bobagem certo?
Obrigado o/