É neste interím incauto que me
assombro sempre, na madrugada não há luz que me ilumine, nem passos que
libertem minha trilha, tudo se transforma em via crucis, e o fardo é sempre
pesado demais sob a cabeça que também é mundo, é fundo de caixa rasgada espezinhando
minhas emoções e atirando-as num breu, relento. Lamento que nem todos os
tormentos possam sair e vagar alhures, não há tempo aqui, nem em mim, para
digerir essa cólera habitual, essa avidez caústica que comunica tudo o que não
foi em minha vida, mas se fez pra você em carne, osso e coração. Sobra aqui a
saudade que invade essa nefasta hora de não ter vivido o tempo em seu tempo (meu melhor conselho); e
a angústia travestida de tudo quanto puder conceber, dizendo saber que o ajuste
dos ponteiros não foi mais que mera conveniência. Não foi necessidade, não é
questão de aparência, tudo resvala no fato de ter cansado dos “nãos”, e embora
não tenha sido vencido, é no manto estrelado que afaga e penteia a madrugada que habito sem
dormir, sem viver, e frequentemente sem me visitar.
Bobagem.
ResponderExcluirnhaa rs