Ele é que vocifera. Fala por mim. Toma meu corpo e rompe o véu dos meus olhos para tudo que não quero ouvir, encerra em meus lábios tudo o que não devo ver e, meus ouvidos sentem o dissabor dessa balbúrdia. Ele canta, saltita, imita tal e qual figura de mim como jamais reconheceria, ele encanta e embebe-se em mais doses pequeninas do que não me é igual. Não sou eu, ele é quem dita o que é, o que seria, ele é quem escolhe os deleites de encontradiças figuras em noites, em dias e nas formas que molda com seus próprios vícios. Algo em mim engendra à guisa dos ditames dele, totalitariamente em per si, não pelo desejo que sequer me cerca. Trocando em miúdos: ele é desigual, tão desproporcional na medida de sua estupidez lasciva que sequer compreendo. Sequer entendo como tamanha lucidez possa abrigar alguém assim.
-Permaneçam em silêncio, deixem-no dormir.
-Permaneçam em silêncio, deixem-no dormir.
Por Marcos Araújo
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ResponderExcluirTexto muito bem escrito! E imagem muito bem escolhida tb. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom adorei, ótimo texto, já vi que sabe lhe dar bem com as palavras...Parabéns!!
ResponderExcluirRetribui se possível!!
Deixem-me dormir. [2] Parabéns pelo Post. Divinamente escrito. ^^
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